Se fosse para descrever o interno de mim a palavra mais forte seria: VAZIO. Quando eu estudava física passei a entender o vazio e arranjei, pra ele, um sinônimo: VÁCUO. Lá não tem ar, matéria, o som não se propaga... Porém, há pouco descobriu-se que o vácuo não existe. Nada no Universo conhecido pelo homem é totalmente vazio. E o interno de mim também não é. Existe um amor imenso, intenso, eterno e sem dono, que passeia aqui por dentro trombando nas paredes celulares, fluindo no meu sangue, se renovando em minhas trocas gasosas. No meu vazio, as colisões desse amor ecoam. Às vezes machucam, às vezes preenchem fendas. Às vezes ele serve como anti-séptico e, às vezes, queima, gela, acalenta, tumultua... De tão imenso, nem o vazio do interno de mim impede que esse meu amor flutuante, viajante, fluido, barulhento, saia pelos poros, extravase minha derme, se molhe do meu suor e atinja um vazio alheio. Já dividi esse amor... mas a impressão que tenho