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Crônica da adulta contemporânea

Parei o carro. Esqueci a sacola retornável. Não tem caixa. Peguei muita coisa. Não vou levar. Separo o essencial: cerveja, chocolate e o desodorante, que acabou. Chego em casa. Fome. Pão com ovo é bom. Tem pão. Tem ovo. Não tem óleo. Cadê o fósforo? Gás acabou. Meia noite. Fudeu, vou dormir com fome. Melhor beber pra dormir mais rápido. Amanhã compro mais cerveja. MF
Tem sonho que a gente sabe que é impossível. Porém, existem aqueles que parecem previsões. De você, só sei começo. Se é possibilidade ou se é previsto… Depende do que queres escrever. Das suas intenções, Talvez nem você saiba… Só peço que permita-se te escrever em mim… E eu serei a música que sua pele sempre quis ouvir. Da sinestesia improvável, serei sentido. Permita-me.
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Bia

Não é seu cheiro É o jeito que você toca o vento com sua pele. Não é seu sorriso É o reverberar da sua respiração quando seus olhos me riem... Não é você. Sou eu que te vejo e não me contenho... Os olhos saltam os poros dilatam todos os sentidos se aguçam pra tentar aproveitar o rastro que você deixa no vento quando vai embora. Não me permiti me apaixonar por você Mas a paixão tá toda aqui, guardada Esperando você falar que pode , pra ela transbordar Em forma de olhar bobo De sorriso torto E rubor de pele inteira No pulsar dos lábios que só querem os seus. E não é você... é só o jeito que eu te interpreto Intrépida Anunciando, no silêncio, Que ainda serás minha.
Topo do mundo nem sempre é olhar do alto. Às vezes é olhar pra baixo. E querer pular. Nunca acreditei ter asas… Nem pra subir, nem pra descer. Cheguei no topo com as mãos sangrando E pulei. Pulei porque vi você lá embaixo E me lembrei que eu sou das profundezas… Quis tocar você, e quis voltar pra mim Mas o abismo tem textura de infinito E eco de solidão. E caio. Sem te ter, me perco Ensaio uma outra música, mas só sei o refrão Repetindo que você não tem culpa… Na queda, seu rosto se perde Lá longe, onde jamais estive Onde, talvez, eu só chegue morta De remorso De medo De sonho De desejo De ilusão.

Ardor

O caminho parece não dar em lugar nenhum. A música não é boa, a companhia tampouco. O sol arde demais e a lua tá sempre encoberta. Até o vento é ruim...do tipo que bate nas costas e bagunça o cabelo. De repente, todas as coisas que tenho comigo perderam completamente o sentido e o gosto. Os sonhos foram desacreditados, perdidos na perspectiva de ridículo vinda de outra pessoa. Para quê? Não sei cadê minha força pra subir morros. Caminho retilíneo uniforme onde arrasto os pés, apenas. Perdi muitos dos meus sorrisos sinceros, deixando-os cair, desperdiçados, por  aí. Sigo a pé. Meio tonta, sem rumo.

...

Parece que me alimento do inconcluso. Esquece. Eu nunca fui o que pensava ser. Aquece esse pé gelado num caminho obtuso. Fenece a vontade de plantar e fazer crescer. Parece que é amor mas, esquece. Aquece um sorriso torto num relacionamento morto onde o amor fenece.