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Mostrando postagens de 2011

Brevidade

Uma foto em branco e preto, músicas cinzas, fragmentos de um soneto qualquer em que prevaleçam monossílabos... Um rótulo amassado, de um pequeno pedaço de sorriso amarelo em tato branco. Um mini frasco de perfume doce e amargo. Presença estuporante. Memória da pele reacende... Alma  palpita de  amargura. Um misto de nostalgia e dor. São pequenas lembranças que acabam comigo.

Dicotomia

Será que um dia eu vou conseguir entender por que insisto em continuar acreditando nessas mentiras tão reais que invento? Será que vou ter coragem de arriscar o que tenho, o que me sufoca, o que eu definitivamente não quero, pra experimentar voar do meu jeito lá longe? Seria fuga? e se fosse, seria problema? pra quem? Será que um dia acordarei livre de tantas culpas das quais me apropriei sem ninguém me oferecer? e será que eu vou esperar você ir embora pra eu me desamarrar de mim mesma e assumir pro mundo (o meu) que você foi uma das poucas coisas realmente boas, realmente humanas, realmente sóbrias, ternas e, dicotomicamente, tátil e etérea que me aconteceu? Eu sou uma criança mimada e com muito medo do escuro.

Rehab

Já fui capaz de tanta coisa... já arrisquei meus sonhos só pra experimentar somethings ... Pedi licença de mim pra perambular no escuro, me sujar da dúvida, da poeira das palavras que eu criticava tanto... Pulei de cabeça na imundice, mas deixei meus pés amarrados no chão que eu sustentei com as verdades que descobri... e que  eu precisava testá-las, pra ter certeza... por isso...estive embaixo delas. Amarrei meus pés lá... e, hoje, aos poucos volto a ficar de pé, não mais de ponta cabeça. Toquei meus princípios com as pontas dos dedos dos pés enquanto eu via tudo girar ao meu redor...                     Dependendo do seu grau de embriaguez,                     tudo que gira fica lindo. mas a ilusão não substitui a vida que passa em cada beijo sóbrio, sincero e eterno. Tô arrastando no meu chão... pelo menos, todo o meu corpo está perto dele agora. e, ainda pretendo levantar.

Perseguição

Quebro o silêncio com jazz. Em seguida, me escuto...indie. Me embriago em fumaças mnêmicas cores, cheiros, vultos... Arrepios que deixam em equivalência meus poros. Eles têm história... coisas que, às vezes, o vento revive. Coisas que, às vezes, meu corpo finge. Me embriagar de mim faz com que os sentidos se confundam... Lembranças oníricas perseguem...e são.

simples

Mente da gente é coisa estranha... hora venera o tempo, hora só quer espaço. E eu tô no meu momento de dar valor às coisas simples. Não há nada mais complexo que a compreensão do por que de algumas melodias mexerem tanto com a gente! Hoje eu quero só entender a letra, fechar os olhos e voar no som...mais nada. Hoje eu só quero me perder no cheiro, na lembrança do tato dos meus poros nos seus, das pontas dos seus dedos em mim, traçando acordes, melódicos, complexos e simples. Saudade é coisa estranha... faz um dia parecer um século... faz de um mês uma vida inteira e faz de mim, quase nada sem você.
Pra alguns, não é matéria, porque não é paupável. Nem é só ideia, porque de alguma forma é real o Tempo.

Escolha

Rezo a Hécate. Imploro por bússola e mapa. Ela me olha, sorri e caminha. Eu vou atrás. Peço-lhe uma lanterna. Ela me assusta, me faz arregalar os olhos. e Hécate some, que nem fumaça soprada por alísios... Me deparo comigo, eu, só e vários caminhos. Deixei pra trás uma pequena trilha escura, sombria, com um "q" de mistério que embriaga... Escolhi terra firme lotada de espinhos... que eu enxergo... e que me arranham. No fundo, meu inconsciente sabe que eu só ando em tranças.

Leme

Viajo. Trilhas, fatos, rumos imaginários que quero sem medo. Te fiz meu guia num caminho desconhecido e eu não tenho medo... mas você tem. e assim, pra mim, não serve. Cuido do coração dos meus pais, das atitudes dos meus amigos... e me perco em mim. Cheguei a te dar a chave que abre a porta do caminho eu que me dá vida. É escuro. Eu só te pedi pra fechar os olhos e sentir o gosto, sentir o cheiro... mas você não teve coragem de arriscar... e, assim, pra mim não serve. Não existe GPS nenhum que me navegue. E eu entreguei meu leme em suas mãos... mas você não teve forças nem pra segurar. E, assim, pra mim não serve. Foda é a saudade irracional que deixa traços de desejo de você na minha rotina... Foda é lembrar que, além de tudo, também te entrguei parte dos meus sonhos... a outra parte que ficou comigo eu mudei pra te caber. E isso... não tem lixo nenhum que caiba.

Caminhos Sobrepostos

Mato, pedra e Sol. Existem pedras que dão mais prazer em pisar que outras. O suor que escorre, porém, marca. O calor do Sol mata aos poucos ainda que células da derme. Eu piso, marco, amasso e vou embora. Realidade paralela, caminhos sobrepostos... Minha pele marcada de passado de um caminho que não (nunca) é meu. Não durmo com a brisa lunar que aparece em meio ao silêncio de todos os outros. Não caminho. O vento é que me faz caminho... Paro na noite me transformo em estrela enxergo de longe todas as pedras... Caminhos sobrepostos... Na brisa noturna sou alheia a quase todos eles... menos àquele que me leva aos céus e me faz voar.

Limites Eternos

Traços e cheiros. Só os dois costumam ocupar os maiores espaços da minha história. E se a história começa com a escrita, eu assinei meu primeiro poema aos 12 anos. Traços e cheiros me desenham e seguram minha mão, desde então, para fazer o contorno de todos os meus devaneios. As curvas dos meus lóbulos viram meandros em correnteza quando minha memória viva fica ativa com algum cheiro Cheiro de chuva num cruzamento de asfalto fervendo em uma tarde quente e nublada. Cheiro de margarida com seiva pingando pela manhã. Cheiro de hálito. Cheiro de gosto de hálito. Cheiro de suor. Cheiro de alta temperatura de suor. Minha memória por cheiros ativada lembra curvas traçadas por meu tato. Traço da curva de um cabelo ao vento de um sorriso contido, de um sorriso aberto, de um corpo em movimento. Traço da curva de seus braços tentando conter meu choro num abraço. Nossas vidas traçadas por linhas tênues que impõem limites eternos.

Pra você...

Não exagero com você. As  coincidências que exageraram conosco, com os dois. Ops! Esqueci que a gente ainda não terminou a discussão sobre a existência, ou não, de coincidências. Cada  risadinha de canto, demonstra a surpresa de mais uma música em comum, de mais um lugar em comum... Não exagerei ao dizer que nunca esqueceria o nome da sua mãe, porque ele tem parte do nome que sempre sonhei pra uma possível filha minha. Mesmo que minhas suposições não nos leve a lugar algum, eu acho que a gente dá certo... E, cada dia a mais, com você, se faz confirmação: amo suas argumentações, amo suas atitudes, amo suas dúvidas e amo sua plenitude. Amo seus beijos, e sua risada boba. Amo seus gostos, seu cheiro, amo meu tato no seu corpo. Amo o medo de te perder e amo o fato de você ter me provocado a coragem de não mais fugir. Amo suas extremidades e seus extremos. Amo você e eu. Juntos.

Fases da Borboleta Azul

Só me sinto presa de duas formas: quando sei que não posso negar fazer o que não acredito ou quando não acreditam nas minhas atitudes tomadas com certeza por mim. Borboleta, sem voar, morre.

Sua.

Nossas lágrimas nos afastam... Não quero mais chorar com você. Sou humana...egoísta e insegura e até, às vezes, insensata. Minhas palavras não são moedas.... são a expressão de tudo que se mistura, tudo que foge, tudo que volta, tudo que me compõe e que eu não entendo. Eu só escrevo pra me ler. Talvez assim eu me odeie menos. A impressão que eu tenho é da eternidade soprando seu vento no meu rosto. Mesmo criticando meu querer conceituar, meu amor por você hoje é inválido de acordo com seu conceito de atos falhos válidos e concretos. Sinto te informar que, neste mundo, ninguém é perfeito e sem passado. Mas a eternidade sopra em mim... Longe de concretizar sua presença material eterna... eu tenho cérebro com memória e vida. Meu antes e depois de você são bem distintos... Apesar de eu desejar meu depois com você, eu amputo meus pés atrás e divido, com você, minhas asas... Só quero se for leve. Se for pesado, prefiro minha eternidade individual, feita

Objeto

escrito em 2008. Com você, vai ser sempre assim: não adianta eu querer poetizar o seu querer trepar. Não posso negar sua vontade dos meus lábios "nele" quando quero meus lábios em você. Negar qual o melhor caminho da minha língua pelo seu ponto de vista, é negar as asas que aparecem nos meus pés quando te vejo. E vai ser sempre assim... quando minhas mãos tremem, você quer sentir meus lábios inferiores tremendo por dentro. Quando, pra mim, acariciar seu cabelo é me fazer sentir levitar, pra você, meu cabelo serve como apoio, como medidor de uma velocidade controlada para o seu "bel prazer". Analisando tudo isso, afirmo, acredito e estou a caminho da aceitação que, pra mim, você é objeto do meu amor, sentimento abstrato que, sendo por você, jamais será minha salvação. Pra você...sou objeto carnal, temporal, lábios e língua num corpo com cavidades... algo físico e material demais para ser imortal.

mais um depoimento pra não ser aceito no orkut

Escrito em 2008 Acabo de ver uma foto sua. Acabo de ler uma frase sua. Já não sei mais se tudo aquilo que um dia eu disse sentir faz sentido hoje. Seu sorriso espontâneo me arrancou suspiro, mas sua frase direta me fez sentir objeto... e, você, como aquele que eu amei um dia, jamais me faria sentir assim... Sabe o que é ruim? Meu querer de hoje se volta pro seu corpo... pro seu tato...sua boca, cheiro, cabelo... ( e me pergunto se isso é ruim de fato) mas no fundo, acho que a gente se perdeu nos prazeres... pra você, o prazer camuflou o medo de me amar ...pra mim...camuflou o medo de sofrer.

Derrota

Escrito em 2009 Mais uma vez estamos aqui: eu, a vodka e o refrigerante de limão... quero ver quem morre primeiro. Te esperar é foda... me mato um pouco a cada dia. A última vez que fiquei com as  mesmas companhias de hoje, pensei que  tivessem sido 200ml, mas foram mais de 500! Será que mato o resto hoje? Queria matar você. Queria beijar você, te fazer suar ao som de folk rock poder te sentir suspirar... porque, por você, eu sou sempre mais idiota que o meu normal.

Sinapse

Escrito em 2007 Todo dia penso em você como se fôsse o combustível que movimenta minha vida. Todo dia penso em você... nem que seja por um único instante e cada instante pensado em você é único. Talvez te vejo em várias pessoas. Talvez não te vejo em nenhuma... Só sei que penso em você... e é como se fosse parte de mim, é como se meu cérebro não funcionasse bem sem a razão de você existir em mim. Penso em você e quase morro de saudade... Sem o exagero do "morrer"...mas é que muita coisa já deixou de fazer sentido pra mim. Penso em você, mas você não está aqui... nem sei se vai estar, ou qual papel, em minha vida, irá ocupar. Só sei que o vazio que me preenche é resultado da sua ausência ao meu lado. Aguentar essa vida sozinha tá difícil... Todo dia penso em você... e quase desisto de tudoo o que já comecei por, às vezes, achar que nada faz sentido. Sei que devo seguir, lutar, vencer... se não está aqui nada pode me impedir de pensar em

Das pontas

Eu entendia muito bem o significado do prazer na pele, do prazer nos poros, até as pontas dos seus dedos passearem pelo meu rosto. E também sabia do poder de um carinho no cabelo da sutileza de uma pegada forte até as pontas dos seus dedos, das duas mãos, tatearem o caminho do seu carinho forte em mim. Parafraseando o filme: nenhuma transa nunca foi tão pessoal quanto as pontas dos seus dedos caminhando em poros meus.