Objeto

escrito em 2008.


Com você, vai ser sempre assim:
não adianta eu querer poetizar o seu querer trepar.
Não posso negar sua vontade dos meus lábios "nele"
quando quero meus lábios em você.

Negar qual o melhor caminho da minha língua pelo seu ponto de vista, é negar as asas que aparecem nos meus pés quando te vejo.

E vai ser sempre assim...
quando minhas mãos tremem,
você quer sentir meus lábios inferiores tremendo por dentro.
Quando, pra mim, acariciar seu cabelo é me fazer sentir levitar,
pra você, meu cabelo serve como apoio,
como medidor de uma velocidade controlada para o seu "bel prazer".

Analisando tudo isso,
afirmo, acredito e estou a caminho da aceitação
que, pra mim, você é objeto do meu amor,
sentimento abstrato que, sendo por você, jamais será minha salvação.
Pra você...sou objeto carnal, temporal,
lábios e língua num corpo com cavidades...
algo físico e material demais para ser imortal.

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